Era o forno colectivo da aldeia. Cozia-se a broa de milho amarela ou branca, consoante a qualidade e género de milho cultivado nos campos e ao gosto de cada um.
A broa de milho era o único tipo de pão que acompanhava todas as refeições do dia a dia. No pequeno almoço para os trabalhadores do campo (batatas cozinhas com bacalhau, regadas a preceito com azeite puro e acompanhadas com azeitonas pretas)- este pequeno almoço era servido cerca das 06:00 da manhã, antes dos lavradores e pessoal contratado para o efeito começarem a trabalhar no campo, tanto na ceifa como na malhada ou vessada. No forno coziam-se tanto a broa de milho como as bôlas de centeio. As bôlas eram ou simples ou de sardinha, bacalhau ou salpicao (hoje em dia uma grande especialidade da cidade de Lamego). Estas bôlas eram o gáudio de grandes e miúdos. As bôlas simples eram servidas e migadas, ainda, quentes, com azeite e açúcar e outras migadas com vinho tinto e açúcar (as chamadas sopas de cavalo cansado). Uma delícia. As bôlas rapidamente eram consumidas. As broas de milho davam para todo o mês. As broas estavam protegidas e acondionadas em lugar próprio e à medida do seu consumo eram tiradas do chamado açafate ( um cesto baixo feito de verga fina de forma redonda ou oval). O lanche era muito curioso: uma cebola rachada com sal e vinagre ou então uma malga de ovo anaçado (misturado)com broa de milho e açúcar. Os ovos não eram de aviário não. Eram ovos das galinhas criadas a grão de milho e centeio (biológicas). Tudo era biológico ( desde o milho e centeio, cenouras, cebolas, ovos, carne de porco, etc.).
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