26 dezembro 2009

16 dezembro 2009

POSTAL DE NATAL (CLICK AQUI)

Desejo a todas as famílias um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo. O Dia de Natal é um feriado comemorado anualmente em 25 de Dezembro, que comemora o nascimento de Jesus de Nazaré. Embora tradicionalmente seja um feriado cristão, o Natal é amplamente comemorado por muitos não-cristãos. O convívio familiar é a parte mais importante desta data e sobretudo o dia da consoada (24 de Dezembro). É na noite de consoada que se trocam os presentes de Natal. Nas Vilas e grandes cidades portuguesas assiste-se cada vez mais a um gigantesco negócio económico que entusiasma o comércio local com decorações fantásticas desde as ruas iluminadas às montras comerciais e até iniciativas de grandes empresas associadas às autarquias - por exemplo: A árvore de Natal de Lisboa (2009) - Parque Eduardo VII.
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Postal de Natal
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09 dezembro 2009

O MEU PRESÉPIO NA ALDEIA

O Presépio da minha aldeia nada tem a ver com o presépio da cidade. O meu Presépio era muito bonito e original.
Era feito de musgo natural e de farinha. Vejamos.
Em barro colorido tinha o menino Jesus, a Virgem Maria, S. José, os Reis Magos e as ovelhinhas. A casinha era eu que construía. Disponha os bonecos de barro conforme manda a tradição e depois era cobrir todo o espaço com musgo natural. As estradas eram feitas de farinha. Fazia as estrelas em papel (amarelo). O musgo era colhido no campo, muito verde. A cama do menino Jesus era feita de palhinhas naturais (palha de centeio). Tudo durava mais de um mês e eu todos os anos fazia o meu próprio presépio. Os bonecos ficavam de um ano para o outro. Na Capela de N. Sra da Saúde também o Presépio era feito de materiais naturais (musgo, farinha, palhinhas). Hoje, ainda, se mantém esta tradição.
BOM NATAL

03 dezembro 2009

A CONSOADA E O NATAL NA ALDEIA

O Natal é para mim, sem qualquer margem de dúvida, a minha quadra festiva favorita.
O Natal na aldeia de Colo de Pito é o meu preferido desde criança - para mim - o verdadeiro Natal. E porquê ? A aldeia em si cativa. As casas de granito simples e humildes convidam. A lareira acesa, sentimos o seu crepitar - é adorável. O ambiente familiar é fabuloso. Há frio e neve. Não há grande luxo. Tudo é simples e perfeito. Não se pensa em prendas (daquelas caras), não, coisas simples. Ninguém anda na rua às compras ( não há nada para comprar )- não temos o El Corte Inglês, não há perfumarias, não há lojas de moda, nem caras nem baratas, não há supermercados, simplesmente não há nada. E aqui começa a grande diferença para a cidade.
Mesmo assim continuo a preferir a aldeia. Tenho a sensação da não existência de hipocrisia - " A vida é demasiado curta para que desperdicemos uma parte preciosa a fingirmos " - Alfred de Vigny. Concordam ? Pouco me importa.
Tudo é calmo. O tempo pára. O dia anda devagar. A tarde não chega. A noite é longa.
Ao longo da tarde prepara-se o jantar. Fazem-se as filhozes e a aletria. O bacalhau já está de môlho. As couves tronchas prontas. A couve galega para fazer a açorda também já está de parte. As rabanadas de trigo quase prontas.
As chaminés das casas fumegam. Sai um fumo negro espesso.
É NATAL.~
Então qual é a ementa da noite de consoada (dia 24 de Dezembro) ?
Muito simples:
1- Bacalhau cozido com batatas e couves;
2- Açorda (bacalhau, couves, pão)
Sobremessa:
3- Aletria;
4- Rabanadas e filhozes
5- Bolo Rei
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Ementa do dia de Natal (25 de Dezembro)
1- Cabrito e batata assada no forno;
2- Frango assado ou perú;
Sobremessa:
3- Aletria;
4- Rabanadas e filhozes
5- Bolo Rei
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Joga-se ao rapa (jogar pinhões e confeitos).
Distribuem-se confeitos, figos e pinhões pelos mais novos.
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No sapatinho de Natal posto na chaminé pelos mais pequenos, é obrigatório - confeitos, figos e pinhões.
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Esta é nossa tradição.
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Como se nota a ementa da consoada e de Natal na aldeia de Colo de Pito é muito simples, mas não deixa de ser soberba.
Eu, simplesmente, adoro.
BOM NATAL

28 novembro 2009

27 novembro 2009

O FORNO (JUNTO AO LARGO DA CAPELA)

Copyright ® Manuel Dória Vilar
Neste lugar durante décadas e até meados de 1980 funcionava o forno da aldeia. Cada família tinha um dia ou dois, por semana ( consoante o número de filhos - agregado familiar), para cozer o seu próprio pão de milho e centeio (broas de milho e bôlas de centeio) para 1 mês.
Era o forno colectivo da aldeia. Cozia-se a broa de milho amarela ou branca, consoante a qualidade e género de milho cultivado nos campos e ao gosto de cada um.
A broa de milho era o único tipo de pão que acompanhava todas as refeições do dia a dia. No pequeno almoço para os trabalhadores do campo (batatas cozinhas com bacalhau, regadas a preceito com azeite puro e acompanhadas com azeitonas pretas)- este pequeno almoço era servido cerca das 06:00 da manhã, antes dos lavradores e pessoal contratado para o efeito começarem a trabalhar no campo, tanto na ceifa como na malhada ou vessada.
No forno coziam-se tanto a broa de milho como as bôlas de centeio. As bôlas eram ou simples ou de sardinha, bacalhau ou salpicao (hoje em dia uma grande especialidade da cidade de Lamego). Estas bôlas eram o gáudio de grandes e miúdos. As bôlas simples eram servidas e migadas, ainda, quentes, com azeite e açúcar e outras migadas com vinho tinto e açúcar (as chamadas sopas de cavalo cansado). Uma delícia. As bôlas rapidamente eram consumidas. As broas de milho davam para todo o mês. As broas estavam protegidas e acondionadas em lugar próprio e à medida do seu consumo eram tiradas do chamado açafate ( um cesto baixo feito de verga fina de forma redonda ou oval). O lanche era muito curioso: uma cebola rachada com sal e vinagre ou então uma malga de ovo anaçado (misturado)com broa de milho e açúcar. Os ovos não eram de aviário não. Eram ovos das galinhas criadas a grão de milho e centeio (biológicas). Tudo era biológico ( desde o milho e centeio, cenouras, cebolas, ovos, carne de porco, etc.).
O forno que vimos nesta foto junto ao Largo da Capela é o ex-libris da nossa aldeia. A partir da década de 80 apareceu o pão de trigo e lá se foi o forno. Mas esta pequena porta tem história, podem crer. Há ! As sardinhas vinham de Aveiro ou de Peniche nos carros típicos do sardinheiros. Recordam-se ? Aqueles veículos automóveis (carrinhas) com uma forma estranha, estilo boca de sapo ? Este forno por mais que os anos passem será sempre o forno da nossa aldeia - aquecido de lenha de giesta e de urze. Já não está em uso há muitos anos. Um dia, ainda, alguém se lembrará de o pôr a funcionar - nem que seja por um dia, para preservarmos a tradição do cozer a broa de milho e pão de centeio.

17 novembro 2009

I GUERRA MUNDIAL - 1914/1915

Copyright ® Manuel Dória Vilar
RECORDAÇÃO DO TEMPO DE ÁFRICA - ANGOLA,17 de Junho de 1915.
Estas as memórias escritas por Joaquim Rodrigues, em Colo de Pito, em 10 de Setembro de MCMXV.
Este livro conta-nos a mobilização (viagem e regresso) das tropas portuguesas para Angola e em particular do 3º Batalhão de Infantaria 14 - Viseu (1032 homens), quando a Alemanha declarou guerra à França. Estas memórias manuscritas relatam-nos a saída das tropas de Viseu em 23 de Agosto de 1914 e o seu regresso de Angola em 30 de Setembro de 1915.
Joaquim Rodrigues (meu tio-avó), era sargento do Exército Português, casado em primeiras núpcias com Prazeres da Silva Fidalgo, que era irmão do meu avó José Ferreira Dória, que com a mesma mulher casou após o falecimento daquele em 07/06/1932.
Copyright ® Manuel Dória Vilar
Foto dos meus avós - Prazeres da Silva Fidalgo e José Ferreira Dória.
O meu bisavô, pai da minha avó Prazeres da Silva Fidalgo é um dos principais personagens do romance de Camilo Castelo Branco " Amor de Perdição " e ficcionado como Baltasar Coutinho.
Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco (Lisboa, 16 de Março de 1825 — São Miguel de Seide, 1 de Junho de 1890)- escritor português, foi romancista, além de cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor.

A casa dos Fidalgos da Cerca, em Castro Daire, do século XVIII, é referenciada por Camilo no “Amor de Perdição”, e a Casa brasonada dos Aguilares, conforme informação disponibilizada pela C.M. de Castro Daire.
Aqui ficam 4 páginas do referido manuscrito, em meu poder e hoje, por mim, publicadas em primeira mão.
Dado tratar-se de um documento histórico aguardo a sua publicação em editora portuguesa a quem já foi apresentado este projecto.
Copyright ® Manuel Dória Vilar
Ver Portugal na Primeira Guerra Mundial
E, ainda, A DEFESA DAS COLÓNIAS DE ÁFRICA, DE 1914 A 1920.



14 novembro 2009

UMA RELÍQUIA ( 09/07/1923) DE JOAQUIM RODRIGUES IRMÃO DO MEU AVÔ JOSÉ FERREIRA DÓRIA

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* UM PAPEL DESDOBRÁVEL - ÚNICO - VÁ SEGUINDO AS QUADRAS




O MEU SAUDOSO PADRINHO DIAMANTINO FERREIRA

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E LÁ VAI ELE ... COM CARRO CARREGADO DE ESTRUME

Copyright ® Manuel Dória Vilar - 08/05/2009

O MEU AMIGO AGOSTINHO E A SUA JUNTA DE VACAS

Copyright ® Manuel Dória Vilar - 08/05/2009

13 novembro 2009

JUNTA DE VACAS

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LARGO DA CAPELA E RUA CENTRAL

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VISTA DA SERRA DE MONTEMURO

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A PONTE DAS MONTEIRAS

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O TANQUE E PÔÇA CIMEIRA

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A MINHA TIA ADÉLIA SILVA

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A NEVE E ... AS MAIAS EM FLÔR (GIESTAS)

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A CAMINHO DO MEZIO NA E.N. 2

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MONTEIRAS À VISTA E A PONTE

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CAPELA DE N. SRA DA SAÚDE E MAIS ...

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Junta de Vacas do Sr. Albano

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11 novembro 2009

11 DE NOVEMBRO - DIA DE SÃO MARTINHO


Segundo reza a lenda, num dia frio e tempestuoso de Outono, um soldado romano, de nome Martinho, percorria o seu caminho montado no seu cavalo, quando deparou com um mendigo cheio de fome e frio. O soldado, conhecido pela sua generosidade, tirou a sua capa e com a espada cortou-a ao meio, cobrindo o mendigo com uma das partes. Mais adiante, encontrou outro pobre homem cheio de frio e ofereceu-lhe a outra metade. Sem capa, Martinho continuou a sua viagem ao frio e ao vento quando, de repente, como por milagre, o céu se abriu, afastando a tempestade. Os raios de sol começaram a aquecer a terra e o bom tempo prolongou-se por cerca de três dias. Desde essa altura, todos os anos, por volta do dia 11 de Novembro, surgem esses dias de calor, a que se passou a chamar "Verão de S. Martinho".

Nos meus tempos da Escola Primária (foto ao lado) festejávamos o dia de S. Martinho com pompa e circunstância.
Primeiro juntávamos a lenha (ramos de giesta) e depois era só acender uma enorme fogueira de lenha no centro do recreio da Escola. Quando as brasas já estavam bem acesas .... atiravam-se as castanhas lá bem para o meio e em instantes era só tirá-las com um pau comprido para não queimar as mãos e era só descascar e comer. Tarde livre no dia 11 de Novembro e dedicada inteiramente ao magusto. Da primeira à quarta classe a actividade escolar era somente magusto e brincadeira. Ao mesmo tempo que comiamos as castanhas assadas e com as mãos cheias de carvão e cinza era só enfarruscar - pintar a cara do parceiro(a) com carvão e cinza das brasas. Quanto mais carvão (bem preto) e cinza melhor - única coisa à vista da cara - os olhos.
As castanhas abundavam em redor da Escola. Havia, aliás o sítio do castanheiro grande (que actualmente já não existe, já estava muito velhote) - árvore imponente (mais parecia um embondeiro ) mesmo no caminho e junto à nossa Escola e era de lá que eram fornecidas todas as castanhas para o nosso magusto e em grande quantidade (a produção anual era deveras abundante). Além disso era-nos permitido pelo povo da aldeia e professora primária colher essas mesmas castanhas sem qualquer tipo de problema e que nós faziamos a preceito e com especial agrado.
Para a miudagem da Escola este era o nosso dia inesquecível - melhor do que se fosse Feriado Nacional.
O dia 11 de Novembro - Dia de São Martinho - ficará para sempre na nossa memória porque era de facto o grande dia da nossa Escola e de autêntica folia.
Nesse mesmo dia não deixávamos de jogar o nosso torneio de futebol e com uma bola de trapo. Recordo com saudade alguns colegas, infelizmente, já desaparecidos, a quem presto a minha sentida homenagem. Quem não se recorda do saudoso Viriato (avançado centro) da nossa grande (!) equipa de futebol e do Hirondino ? Eram excelentes colegas e amigos.